quarta-feira, 9 de julho de 2014

Os pecados de mais um fracasso do Brasil em casa e o legado para 2018


Massacrado como nunca, Brasil falhou por se achar superior simplesmente pelo fato de jogar em casa, ter camisa e um título alegórico de Copa das Confederações debaixo do braço
Não teve Maracanazo nem Mineirazo. Não teve carrasco francês nem argentino nem holandês. Não teve vilão. Apesar do brilhantismo alemão, os desfalques de Neymar e Thiago Silva, falhas e decepções individuais, como Daniel Alves e Fred, não há nada além de nossa própria incapacidade coletiva, a velha crença de superioridade e expectativas hiperdimensionadas para justificar a perda de mais uma Copa no Brasil.
É possível listar vários aspectos táticos, mas nenhum outro ilustra melhor o quão ultrapassado ficou o futebol brasileiro quanto nossas laterais, os pontos fracos durante toda a Copa, por falta de equilíbrio do time e por deficiência técnica. O excesso de confiança de Daniel Alves se confundiu com com displicência em campo. Marcelo, que virou reserva de Coentrão no Real, tem sido criticado há duas temporadas em Madri por se aventurar impetuosamente ao ataque, esquecendo-se que a primeira obrigação de um lateral é marcar. Exatamente o que se viu na seleção.
No fim das contas, o Brasil perdeu por se achar superior simplesmente pelo fato de jogar em casa, ter camisa e um título alegórico de Copa das Confederações debaixo do braço. Mas o tropeço, ainda que vexaminoso, não pode estigmatizar um time que tem condições de fazer jus ao status de favorito pela qualidade e experiência, não somente pela tradição, daqui a quatro anos.

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