segunda-feira, 9 de março de 2015

A dor da mutilação para ser MULHER na ÁFRICA


Poderia ser um roteiro de filme de horror, mas é realidade de mais de 200 milhões de mulheres vivas em todo o mundo. Todas elas, mutiladas e já tiveram o corpo e o direito ao prazer cortados por facas, cacos de vidro ou lâminas caseiras. Sem anestesia. E sem consentimento.

A mutilação pode provocar diversos problemas para as vítimas: infecções crônicas, sangramento intermitente, dores na relação sexual, pequenos tumores benignos em nervos, pedras na vesícula e uretra, danos aos rins, infertilidade, entre outros. Em relação às consequências psicológicas, a FGM pode causar ansiedade, medo e sentimentos de humilhação, vergonha e revolta.

Conheça a história revelada a folhamulher, por uma africana que foi mutilada pela própria mãe. Vamos chama-lá de MULHER.

MULHER tem 30 anos , e foi submetida à multilação genital aos 12 anos em Serra Leoa, na Africa, o corte do clitóris , uma tradiçao local que marca a transformação de meninas em mulheres, foi por sua propria mãe.

A um ano MULHER, que hoje é cabeleiriara e trabalha , fugiu para o Brasil, está morando em Brasilândia, SP, após receber ameaças de morte da própria mãe, por querer substituí-la na função de mutilar mulheres, pois, sua mãe já está idosa, a MULHER fugiu da Africa, acompanhe todo o seu depoimento:

… Era cedo, ainda pela manhã.Sempre é de manhã, já que o sol pode piorar ainda mais a hemorragia que viria com o forte. Éramos 12 meninas no porão de uma residencia em Freetown (Capital de Serra Leoa), onde eu nasci e Morava.

Não sabia de nada.Ninguém nos falava por que estávamos ali e muito menos o que ia acontecer. Quando alguma de nós perguntava, diziam que era uma festa.

Minha mãe me mutilou ali, arrancou com uma lamina meus clitoris e costurou minha vagina. Assim como mutilou as outras meninas que me acompanhavam.

Ela era líder da “Bundu Society ( Especie de sociedade secreta em que mulheres mais velhas têm a responsabilidade de preparar meninas para a idade adulta), Atendia pelo nome de “Chairladty”

De uma coisa eu lembro: de gritar enquanto meu clitóris era arrancado. E quanto mais eu gritava, mais as mulheres tocavam os tambaores e cantavam. Assim a minha dor também era secreta.

Para cicatrizar o corte, e evitar a hemorragia e infecções, colocava uma pasta à base de folhas na minha vagina.

Como presente, de deram para comer uma papa doce misturada com arroz.Permaneci nesse lugar por duas semanas para me recuperar, não me lembro direito.

A tradição tem um ritual completo. No ultimo dia, fomos andando pelas ruas até a maregm de um rio que não era tão profundo. As Mulheres mais velhas jogavam objetos nas águas para que nós pegássemos. Era o final, estávamos voltando para casa.

Neste dia, lembro que escolhi a minha roupa. Vestido novo, sapatos bonitos, colar, brinco e pulseiras. Eu estava muito bonita e tinha me tornado uma MULHER.

Se eu tive raiva? Não, não tive. Éramos jovens e a tradição, forte demais. Todas as minhas amigas passavam pela mesma coisa.

Não tinha como fugir. Não me lembro de nenhuma garota dizendo”não quero fazer isso”, mas se ocorresse elas seriam agarradas à força. Ninguém ia escutar se alguém gritasse pedidno Socorro por causa dos tambaores altos e do canto. As mulheres da “Bundu Society”eram fortes e poderiam segurar alguém com violência. O destino era sempre o mesmo.

Um dia me apaixonei por um rapaz, que hoje é meu marido. No início, ele me perguntou se eu tinha feito a mutilada, outros não se importam tanto com a tradição.

Sinto dor durante o sexo. Até hoje. Se transo com meu marido em um dia, a próxima vez sera daqui a uma ou duas semanas.Às vezes fujo dele porque simplesmente não quero sexo, mas ele quer.

Por causa da mutilação minha vagina foi costurada, Nunca sofri com nenhuma infecção ou deonça. Nada. Mas, tive problemas no parto.

Tenho duas filhas.Quando engravidei da minha primeira, não tive complicacyões porque ela era pequena. Duando fui dar à luza à segunda, foi diferente. Ela era grande, os medicos tivera, que abrir os cortes para ela passar. Depois fui operada.

A relação com a minha mãe continuou a mesma depois da mutilação. Eu era pequena e continuei fazendo o que ela mandava. Timha respeito.

Mas tudo mudou no dia que soube do meu destino com filha mais velha. Com a minha mãe já idosa, eu deveria tomar o lugar o seu lugar na sociedade secreta. Meu fututo era ser “Chairlady”e cortar meninas.

Disse: não. Ohei para minha mãe, que estava com o dedo apontado na minha direção: ‘’Se você não fizer isso eu te mato”

Deixei minhas duas filhas, de seis e nove anos, com a mãe do meu marido. Consegui protégé-las da mutilação e hoje elas estão seguras.

Conversei com o meu marido e fugimos para o BRASIL. Era o lugar de que ouvíamos falar desde de muito jovens.

Não queero voltar para a Africa,Amo o Brasil, principalemente a comida. A única tristeza que sinto é ter deixado minhas filhas em Serra Leoa, Mas vou fazer isso de que jeito?

Quando cheguei ao brasil não consegui nada, nem português eu sei falar. Acabei arranjando uma vaga de cabeleireira na Galeria Rock.

Não tenho raiva, nem pesnso no que aconteceu comigo. TENTO NÃO LEMBRAR DESSE PASSADO E SIGO EM FRENTE. Daqui a pouco vou ter um menino, estou grávida de seis meses.

Quero ensiná-lo a ser homem de veradade. Na Africa, mulehres são responsáveis por limpar,lavar,cuidar dos filhos e do marido. O homem tem que ir trabalhar para trazer o sustento para a família. É assim sempre.

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